É decepcionante quando somos julgados por conceitos pré-estabelecidos de outras pessoas. Acaba que a nossa opinião ou atitude não vale tanto quanto a de uma pessoa com status, mais velha ou até mesmo com um cargo superior independente da validez de nosso entendimento ou postura. Mais triste do que isso é quando, mesmo corretos, somos desacreditados, às vezes, por pessoas que achamos que sempre vão nos apoiar; porém, pior ainda é deixar de fazer o que é certo por desanimar. É necessário ter em mente que não basta ter uma atitude correta. Tão importante quanto fazer a ação é ter o motivo correto desta ação, assim, buscaremos nossos objetivos de forma saudável e bíblica.
Em 1 Samuel 17, podemos aprender muito com um jovem que certamente foi desacreditado de várias formas. Primeiro, vemos um Davi indignado no verso 26 pela afronta contra os “exércitos do Deus vivo”, o que é bom, pois ele não ficou indignado pela afronta contra o exército de sua nação, mas pela afronta contra algo que pertencia ao Deus vivo. Mas esta atitude não foi muito bem interpretada, Eliabe seu próprio irmão chama-o de presunçoso e maldoso. Ele foi mal visto pelo seu familiar, porém, não se deixou levar, os versos 29 e 30 nos mostram um Davi que não desanimou por causa de críticas feitas pelo seu irmão mais velho, além disso, trouxe uma solução para o problema.
No verso 32, vemos que Davi, se dispõe a pelejar contra Golias, veja que incrível! Não foi só um descontentamento, mais que isso, Davi “colocou a mão na massa” para trazer a solução, sua indignação não ficou só em palavras, levou-o a buscar uma resolução do problema. Contudo, após este ato de coragem, mais uma vez é desanimado, no verso 33 ele é visto como incapaz, e novamente isto não foi motivo para frustrá-lo, passando – em sua vontade de resolver a questão – a expor, nos versos 34 a 36, seu passado como pastor de ovelhas, apresentando a Saul, o Rei, sua luta contra leão e urso, todavia, mais do que isso, Davi lembrou a Saul Quem foi que o livrou. De fato Davi sabia onde estava a sua segurança, no verso 37 ele diz: “O Senhor me livrou das garras do leão e do urso; ele me livrará das mãos deste filisteu”. Davi então se encontra com Golias, que o despreza por sua idade, cabelo e aparência, como se vê no verso 42; após mais um pouco de diálogo, ele exclama: “Saberá toda esta multidão que o Senhor salva, não com espada, nem com lança; porque do Senhor é a guerra, e ele vos entregará em nossas mãos”. A história termina com Davi prevalecendo.
Davi foi jogado para baixo várias vezes. Sua motivação em fazer o que entendia por correto, isto é, defender seu Deus, levou-o até o extremo da situação: enfrentar um gigante, literalmente!! Sua motivação era glorificar a Deus, e ele sabia em Quem deveria confiar para que isso acontecesse. A priori Davi sabia onde estava sua segurança. Ele tinha a motivação certa e depositou suas forças Naquele que tinha o poder de fazê-lo vencer. Isso é uma importante lição.
Vivemos de forma tão insana que nos esquecemos de rever nossas motivações, mais do que isso, agimos de forma automática, e por vezes, esquecemos que somos fracos e que o Senhor é que nos capacita para que possamos realizar qualquer coisa, inclusive aquilo que queremos fazer para nosso próprio Deus. Desta forma caímos. Perdemos o foco do alvo e já não sabemos onde nos apoiar, então, qualquer tipo de problema é motivo de desanimo. Mas, se nossa motivação for a glória de Deus, se nossa segurança estiver nEle, se vivermos uma vida que seja dEle, não nos desmotivaremos, pois nossa alegria é ver o Reino de Deus se estabelecendo, fazendo com que não nos importemos com resultados que tragam satisfação para homens.
Contudo, se perdermos o foco: a glória de Deus; certamente desanimaremos, pois o motivo de nossa ação, seja ela qual for, não será suficiente para manter nossa atitude. John Piper nos lembra: “As únicas pessoas que prestam para o aqui e agora, são aquelas tão radicalmente focadas nas coisas celestiais que estão livres deste mundo.” Que quando e enquanto estivermos atuando para o Reino sejamos estas pessoas que estão livres deste mundo, que possamos viver de forma focada nas coisas celestiais e que Deus não permita desanimarmos de fazer sua obra.
Glória somente a Deus.
Sobre o autor
Victor Viana
Seminarista
Tem 18 anos, cursa Teologia no Seminário Teológico Betel, é Missionário do Vida Relevante e membro da Comunidade Batista Vida no Rocha - Rio de Janeiro