A liderança

Atualmente a liderança começa cedo e termina cedo, ou seja, não há envolvimento com o trabalho de juventude e nem há continuidade do mesmo. A rápida passagem dessa liderança está relacionada com a idade. Assim, o líder que é jovem está sujeito as mesmas situações que seu liderado e ainda assim, se habilita para liderar, mas não por muito tempo.

A metodologia

É fundamental que esses jovens líderes priorizem o “ser” ao invés do “fazer”. É preciso que se compreenda a diferença em “ir à igreja” e “ser a igreja”. A cultura do “fazer” tem feito com que muitas realizações percam o seu sentido. Ao invés de serem parte de um plano de ação baseado em valores, são, na verdade, ações isoladas das quais pouco ou quase nada se extrai. Infelizmente, não aprendemos a valorizar da forma correta o legado de liderança deixado pelos nossos antecessores que viveram “os anos dourados” ou a era romântica da igreja evangélica no Brasil. Em uma época na qual programações voltadas para o público jovem eram raríssimas, os congressos e acampamentos eram as grandes atividades do momento e motivavam muitos jovens à liderança. O resultado foi espalhado pelas igrejas: Cultos e congressos de jovens tornam-se eventos de referência em trabalhos de juventude no Brasil. Porém, até hoje não se criou muita coisa nova ou diferente disso. Ainda vivemos com metodologias de 30 ou 40 anos atrás. As chamadas Gerações Y e Z estão aí para ditar as novas regras quanto ao funcionamento e metodologias de trabalho com a juventude. A maneira dessa nova geração de lidar com o dia a dia é obviamente distante do que se via há duas décadas. No entanto, já é possível perceber que pouco a pouco mudanças acontecem no cenário dos ministérios de juventude com inovações e tecnologias. Com relação a essa troca de heranças e expectativas entre as gerações, podemos adotar um conceito geral, no qual: “Cada geração deve legar para as gerações vindouras um meio ambiente igual ou melhor do que aquele recebido das gerações anteriores. Fazer isso é respeitar o direito à vida daqueles que ainda não nasceram.” (Extraído do Paradigma do Desenvolvimento Humano).

As referências

Embora a troca de experiências entre ministérios de juventude seja extremamente saudável, é importante tomar o cuidado de não se perder a dimensão do contexto local. Assim, não há e nem deve existir um ministério de juventude que seja referência para outras igrejas no Brasil. Cada congregação está situada em uma comunidade com características e necessidades próprias. Portanto, copiar estratégias de atividades ou a filosofia de outro trabalho sem se prender primeiramente ao contexto, faz com que a originalidade seja afetada e perde-se a oportunidade de formar uma liderança capacitada para atender a sua própria realidade. Em um tempo onde as mudanças acontecem a todo instante, é necessário avaliar constantemente a liderança que é nova e, portanto, inovadora. Cada líder deve se reciclar e buscar capacitação para exercer seu papel com excelência e não apenas com o entusiasmo da juventude.

A essencialidade

Os líderes se envolvem tanto com a Obra que se esquecem do Senhor da Obra. É importante nos atentarmos para o nosso tempo, nossa história, nossa geração, nossa metodologia, nossas estratégias e nossa capacitação. No entanto, essencial é que se tenha o compromisso com o evangelho do Reino de Deus e não com um evangelho desenvolvido pelos homens. Que o líder jovem seja simples, prudente e dependente do Senhor da história dos jovens.

Sobre o autor

Rafael Curty

Rafael Curty

Pastor

Bacharel em teologia pelo Seminário do Sul e Missionário da Missão Jovens da Verdade