Lembro-me quando ainda era adolescente. Não era de família cristã. Minha mãe advogada e meu pai técnico em edificações. Os dois sempre tinham posições convictas, seja na vida profissional ou pessoal. Acredito que isso me estimulou a querer ser tão convicto quanto eles.
Logo cedo, minha mãe me inscreveu em um grupo de escoteiros (devo grande parte de minha experiência com liderança, aos 7 anos que passei nesse movimento), ali conheci dois adolescentes que convidaram a entrar pela primeira vez em uma igreja evangélica. Comecei a frequentar aquela igreja, logo me batizei e comecei a fazer parte daquele grupo religioso. No mesmo momento em que cheguei a igreja, tive contato com o movimento estudantil, e me filiei a um partido político. Concomitantemente, frequentava a igreja e as reuniões políticas. Porém, a igreja percebendo que eu tinha características de líder, me colocou para liderar adolescentes e jovens junto com uma pessoa mais velha (detalhe, eu tinha apenas 15 anos…). Não houve um acompanhamento (discipulado), apenas fui cumprir uma função, em virtude de uma característica. Enquanto no movimento estudantil, eu fazia cursos de oratória, um rapaz mais velho me acompanhava e dava muitas dicas. Chegou ao ponto do investimento ser tão grande no movimento estudantil, que um deputado estadual conseguiu um estágio na Alerj, e me ajudava financeiramente pelo seu gabinete. Naturalmente, fui sendo mais envolvido pela política, do que pela igreja e quando vi, havia me perdido em minha vaidade. Achava que com minha oratória e carisma, podia convencer a quem quisesse. Perdido em meus pecados e sem acompanhamento, continuei liderando na igreja. O importante era minha função e não minha vida. Durante algum tempo liderei na igreja, com minha vida destruída, mas com uma “capa de santo”. Até que um dia, tive uma overdose e no leito do hospital público do Andaraí, uma médica cadeirante falou as seguintes palavras: “Deus te deu uma segunda chance…”. Guardo essas palavras no coração até hoje. Não conheço aquela médica, e nem sei o nome dela, mas creio que ela foi um anjo usado pelo Senhor para me levar ao verdadeiro propósito de minha vida, diminuir para que Jesus cresça em mim. Mediante a essa experiência, fundamento a necessidade de se capacitar líderes para servir a igreja local, e naturalmente, o Reino de Deus. E indo mais além, desenvolver a cultura do “líder multiplicador”. O líder que se sente bem em compartilhar seus conhecimentos, despertar e proporcionar ferramentas de capacitação para novos líderes.
Que Deus nos abençoe nessa caminhada!
Sobre o autor
Pr. Ulisses Souza Torres
Coordenador Geral do Vida Relevante
É casado com Ana Claudia Torres e Pastor da Comunidade Batista Vida, Mestre em Ministérios Globais e Bacharel em Teologia, MBA em EaD , Bacharel em Educação Física , Licenciado em Educação Física, Técnico em Empreendedorismo, Coordenador Geral do Vida Relevante e Capelão de Esportes da CBC