“Para mim, a coisa mais importante é fazer com que as pessoas formulem as perguntas certas, e não tentar dizer-lhe como responder às perguntas. Nossa estratégia é enfiar a fina lâmina da cunha nas rachaduras da tora do naturalismo, levantando perguntas há muito esquecidas, e trazê-las ao debate público” comenta Phillip Johnson sobre ciência e fé. Mas, afinal, o que é ciência?
“Ciência” é um termo bastante significante; endeusado por uns, abusado por outros… Ora personificado – “A Ciência diz…” – ora sofismado, raramente, por incautos, questionado, o verbete necessita de esclarecimento conceitual em qualquer reflexão a fim de afastar falácias epistemológicas. Atualmente, “Ciência” recebe a conotação, cartesianamente, de “conjunto de conhecimentos sistematizados relativos a um determinado objeto de estudo” (Houaiss). Mas há espaço nela para a fé?
A fé é a substância essencial daquilo que se espera que aconteça. Para um cristão, a razão, divinizada pelos cientistas, é uma das vias do conhecimento, mas não a única: “pela fé, entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados…” Que pensam cientistas e religiosos?
Peter Atkins, professor de Oxford, afirma que: “Ciência e Religião não podem reconciliar-se, e a humanidade deveria começar a apreciar o poder de sua cria e afastar todas as tentativas de acordo. A religião fracassou, e seus fracassos permanecem expostos. A ciência, com sua bem-sucedida busca de competência universal por meio da identificação do mínimo, o supremo deleite do intelecto, deveria ser reconhecida como rainha”. Há quem pense diferente…
O professor da Universidade da Califórnia, Phillip Johnson afirma que: “Por um lado, modernistas dizem que a ciência é a busca imparcial de fatos, uma avaliação objetiva e sem preconceito das evidências. Essa espécie de ciência objetiva é o que torna possível a tecnologia e onde ela pode ser aplicada. Por outro lado, os modernistas também identificam a ciência com a filosofia naturalista. Nesse caso, a ciência tem o compromisso de encontrar e endossar explicações naturalistas para todos os fenômenos – independentemente dos fatos. Essa espécie de ciência não está livre do preconceito. Pelo contrário, ela se define por um preconceito. O preconceito é que todos os fenômenos podem, no final, ser explicados em termos de causas puramente naturais, ou seja, causas não inteligentes”.
Francis Bacon, pai da ciência moderna, ensinou que “Deus nos fornece dois livros: o livro da natureza e a Bíblia. Para ser instruído de maneira apropriada devemos dedicar a mente ao estudo de ambos”. Paulo nos lembra que existe a “ciência falsa” (1Tm 6.20). A chave da integração do genuíno e verdadeiro conhecimento é Cristo (Lc 11.52). Homens como Galileu, Kepler, Newton, Mendel, dentre outros, eram teístas e, muitos deles, cristãos. Que tal sorver o pensamento de Albert Einstein quando diz: “A ciência sem religião é manca; a religião sem a ciência é cega”. Fica a dica.
Sobre o autor
Pr. Henrique Araujo
Deão do Seminário Teológico Betel
Pastor Henrique Araujo casado com Sarah Araujo, é Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Betel, Mestre em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, Mestre em Ministérios Globais pelo Seminário Teológico Betel, Bacharel e Licenciado em Letras: Português-Grego pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, PhD em Teologia pelo Trinity Theological Seminary and College of the Bible. É professor da graduação e pós-graduação, e Deão do Seminário Teológico Betel, e do Centro de Formação Teológica Metodista.